Sobre a Procrastinação…

Sento na cadeira para começar a escrever e nada. Quando ameaço apertar a tecla inicial que daria início ao que poderia ser a obra de minha vida, meu cérebro resolve surpreender-me com suas peripécias e, de repente, estou arrumando o quarto. Quando termino e está tudo simetricamente organizado e alinhado, sento-me de novo.

Novamente, o dedo já estava próximo à tecla do artigo definido, o artigo que daria início ao que poderia ser a obra da minha vida e, então, nova traquinagem. Dessa vez, a necessidade de colocar uma boa música para suscitar inspiração. Tudo bem, isso tomou menos tempo. Além da organização, agora Bach também era meu companheiro.

Um grande avanço aconteceu. Por incrível que pareça, o pontapé inicial daquilo que poderia ser a obra da minha vida! “O…” Contudo, de repente, não me parecia mais interessante um pontapé inicial com um artigo defino. Um incômodo incomensurável tomou meu corpo e, como se não tivesse controle, deletei o artigo.

A cada som do violino uma ideia diferente vinha como uma chibatada. Era isso, senti meu coração palpitar com intensidade. Todavia, antes de começar a escrever o substantivo que daria início ao que poderia ser a obra de minha vida, sinto uma pata acariciando minha perna, seguida de um miado. Meu gato, o pequeno Baguera, pedia comida.

Após alimentar o bichano, retornei a minha confortável cadeira e percebi o quanto estava cansado. Bocejei profundamente e resolvi que era melhor não escrever cansado para que a escrita não fosse prejudicada. Tudo bem, depois eu posso continuar. Desarrumei a cama, para que pudesse me deitar, e tirei um cochilo, que pode ter sido o melhor cochilo de minha vida.

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